segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

"Give me the words that tell me everything…"

Acende outro cigarro. Um atrás do outro. Senta-se, levanta-se, tosse, cospe.
Anda de um lado para o outro, as pessoas em redor olham-no, desconfiadas (já não há desgostos de amor).
Ele nem as vê. Só pensa nela. Sente saudades do tempo em que se riam um com o outro, se riam dos outros, se riam um do outro. Sentia falta da cumplicidade, do amor. Amava-a?
Não conseguia definir esse sentimento que tinha por ela…
Neste momento sentia-se egoísta e culpado de ter ajudado ao afastamento mútuo.
Depois de ter pensado no futuro, apercebeu-se que não se imaginava a viver com mais ninguém a não ser ela.
Recorda-se da naturalidade dela, em esgueirar-se por trás dele para terminar algo que ele não acabara…
Concluiu que ambos se amavam, mas que se tinham perdido um do outro, a monotonia, o cansaço do trabalho, as compras, as contas…
Quando chegar a casa, conversa com ela, pede desculpa. Começam tudo de novo, tudo vai ficar bem. Agora ele tem a certeza do que quer.
Segura na mala de viagem como quem segura a vida e regressa ao carro.
Parou para lhe comprar rosas. No caminho pensava no empadão que ela guardara. Não tinha muita fome, mas para a agradar ia comer o jantar que ela guardara com carinho…
As rosas cumpriram o seu destino.

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