terça-feira, 6 de setembro de 2011

Mais lâmias para Post-it


"As lâmias (do grego laimos, "garganta") eram seres imaginados pelos gregos como mulheres belas e fantasmagóricas, que devoravam crianças ou que, com artifícios sensuais, atraíam os jovens a seus leitos para devorá-los ou sugar-lhes o sangue.

Presume-se que podiam tomar forma humana, mas supunha-se que, ao atingir seu objetivo, retornavam à sua forma verdadeira de mulher-serpente, ou de uma besta quadrúpede e feroz.

Na Alta Idade Média, o termo lâmia referia-se a espíritos que voavam a noite, do folclore popular. Depois de 1450, as lâmias começaram a aparecer em tratados inquisitoriais de feitiçaria, referindo-se a feiticeiras. Alguns deles derivavam erradamente seu nome do latim laniare ("lanhar"), porque as bruxas, segundo os autores, devoravam carne humana."

Lâmias para Post-it


"Segundo um mito, Lâmia foi originalmente uma rainha da Líbia, filha de Poseidon e Líbia, com quem Zeus teve relações. Hera, enciumada, a transformou em monstro e matou a seus filhos (excepto Cila e Aquileu, segundo algumas versões) e a condenou a não poder fechar os olhos de forma que sempre estivesse obcecada pela imagem dos filhos mortos. Zeus amenizou seu sofrimento dando-lhe o poder da profecia e a capacidade de tirar e pôr os olhos quando quisesse descansar, mas Lâmia invejava as outras mães e devorava seus filhos."

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Memórias de uma cantora alemã, Wilhelmina Schroeder

" Foi simplesmente por acaso que, ao chegar a Paris, recebi a confirmação do que Sir Ethelred me tinha contado: o vício da violação de cadáveres espalhava-se por todas as camadas da população. Os ricos pervertidos praticavam-no por perversidade, os pobres por necessidade, porque assim podiam satisfazer gratuitamente os seus desejos. Os mortos não traem e ninguém os receia, portanto. Na verdade, para ser franca, sou forçada a confessar que um cadáver belo é menos repelente que um corpo vivo feio. Se se conseguir esquecer o medo provocado pelo contacto gelado e rígido de um corpo morto, compreendo muito bem que se possa sentir nisso prazer."

Pra Ela de Clarice Lispector

"Um domingo de tarde sozinha em casa dobrei-me em dois para a frente - como em dores de parto - e vi que a menina em mim estava morrendo. Nunca esquecerei esse domingo. Para cicatrizar levou dias. E eis-me aqui. Dura, silenciosa e heróica. Sem menina dentro de mim."