quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

terça-feira, 11 de dezembro de 2012


Por que é que as Mulheres demoram tanto tempo quando vão à casa de banho?

"O grande segredo de todas as mulheres a respeito da casa de banho é que, quando eras pequenina, a tua mamã levava-te à casa de banho, ensinava-te a limpar o tampo da sanita com papel higiénico e depois punha tiras de papel cuidadosamente no perímetro da sanita.

Finalmente instruía-te: "nunca, nunca te sentes numa casa de banho pública!" E depois ensinava-te a "posição", que consiste em balançar-te sobre a sanita numa posição de sentar-se sem que o teu corpo tenha contacto com o tampo.

"A posição" é uma das primeiras lições de vida de uma menina, importante e necessária, que nos acompanha para o resto da vida. Mas ainda hoje, nos nossos anos de maioridade, "a posição" é dolorosamente difícil de manter, sobretudo quando a tua bexiga está quase a rebentar.

Quando "TENS" de ir a uma casa de banho pública, encontras uma fila enorme de mulheres que até parece que o Brad Pitt está lá dentro. Por isso, resignas-te a esperar, sorrindo amavelmente para as outras mulheres que também cruzam as pernas e os braços, discretamente, na posição oficial de “tou aqui tou-me a mijar!”.

Finalmente é a tua vez! E chega a típica "mãe com a menina que não aguenta mais” (a minha filhota já não aguenta mais, desculpe, vou passar à frente, que pena!). Então verificas por baixo de cada cubículo para ver se não há pernas. Estão todos ocupados.

Finalmente, abre-se um e lanças-te lá para dentro, quase derrubando a pessoa que ainda está a sair. Entras e vês que a fechadura está estragada (está sempre!); não importa… Penduras a mala no gancho que há na porta… QUAAAAAL? Nunca há gancho! Inspeccionas a zona, o chão está cheio de líquidos indefinidos e fétidos, e não te atreves a pousá-la lá. Por isso, penduras a mala no pescoço enquanto vês como balança debaixo de ti, sem contar que a alça te desarticula o pescoço, porque a mala está cheia de coisinhas que foste metendo lá para dentro, durante 5 meses seguidos, e a maioria das quais não usas, mas que tens no caso de…

Mas, voltando à porta… como não tinha fechadura, a única opção é segurá-la com uma mão, enquanto com a outra baixas as calças num instante e pões-te “na posição”…

AAAAHHHHHH… finalmente, que alívio… mas é aí que as tuas coxas começam a tremer… porque nisto tudo já estás suspensa no ar há dois minutos, com as pernas flexionadas, as cuecas a cortarem-te a circulação das coxas, um braço estendido a fazer força na porta e uma mala de 5 quilos a cortar-te o pescoço!

Gostarias de te sentar, mas não tiveste tempo para limpar a sanita nem a tapaste com papel; interiormente achas que não iria acontecer nada, mas a voz da tua mãe faz eco na tua cabeça *“nunca te sentes numa sanita pública”*, e então ficas na “posição de aguiazinha”, com as pernas a tremer… e por uma falha no cálculo de distâncias, um finííííssimo fio do jacto salpica-te e molha-te até às meia s!

Com sorte não molhas os sapatos… é que adoptar “a posição” requer uma grande concentração e perícia.

Para distanciar a tua mente dessa desgraça, procuras o rolo de papel higiénico, maaaaaaaaaaas não hááááá!!! O suporte está vazio!

Então rezas aos céus para que, entre os 5 quilos de bugigangas que tens na mala, pendurada ao pescoço, haja um miserável lenço de papel… mas para procurar na tua mala tens de soltar a porta…???? Duvidas um momento, mas não tens outro remédio. E quando soltas a porta, alguém a empurra, dá-te uma trolitada na cabeça que te deixa meio desorientada mas rapidamente tens de travá-la com um movimento rápido e brusco enquanto gritas OCUPAAAAAADOOOOOOOOO!!

E assim toda a gente que está à espera ouve a tua mensagem e já podes soltar a porta sem medo, ninguém vai tentar abri-la de novo (nisso as mulheres têm muito respeito umas pelas outras).

Encontras o lenço de papel! Está todo enrugado, tipo um rolinho, mas não importa, fazes tudo para esticá-lo; finalmente consegues e limpas-te. Mas o lenço está tão velho e usado que já não absorve e molhas a mão toda; ou seja, valeu-te de muito o esforço de desenrugar o maldito lenço só com uma mão.

Ouves algures a voz de outra velha nas mesmas circunstâncias que tu “alguém tem um pedacinho de papel a mais?” Parva! Idiota!

Sem contar com o galo da marrada da porta, o linchamento da alça da mala, o suor que te corre pela testa, a mão a escorrer, a lembrança da tua mãe que estaria envergonhadíssima se te visse assim… porque ela nunca tocou numa sanita pública, porque, francamente, tu não sabes que doenças podes apanhar ali, que até podes ficar grávida (lembram-se?) …. Estás exausta! Quando paras, já não sentes as pernas, arranjas-te rapidíssimo e puxas o autoclismo a fazer malabarismos com um pé, muito importante!

Depois lá vais pró lavatório. Está tudo cheio de água (ou xixi? lembras-te do lenço de papel…), então não podes soltar a mala nem durante um segundo, pendura-la no teu ombro; não sabes como é que funciona a torneira com os sensores automáticos, então tocas até te sair um jatozito de água fresca, e consegues sabão, lavas-te numa posição do corcunda de Notre Dame para a mala não resvalar e ficar debaixo da água.

Nem sequer usas o secador, é uma porcaria inútil, pelo que no fim secas as mãos nas tuas calças – porque não vais gastar um lenço de papel para isso – e sais…

Nesse momento vês o teu namorado, ou marido, que entrou e saiu da casa de banho dos homens e ainda teve tempo para ler um livro de Jorge Luís Borges enquanto te esperava.

“Mas por que é que demoraste tanto?” – pergunta-te o idiota.

“Havia uma fila enorme” – limitas-te a dizer.

E é esta a razão pela qual as mulheres vão em grupo à casa de banho, por solidariedade: uma segura-te na mala e no casaco, a outra na porta e a outra passa-te o lenço de papel debaixo da porta, e assim é muito mais fácil e rápido, pois só tens de te concentrar em manter “a posição” e a dignidade."

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Ada Lovelace - ( 1815 - 1852 )

"Augusta Ada Byron, Lady Lovelace  é um nome ligado à história dos computadores.
 Era filha do poeta Lord Byron e de Annabella Millbanke, uma prendada estudante de O casamento não resultou. Viveram juntos um ano. Uma semana depois de Ada ter nascido a mãe pediu a separação de Lord Byron e foi viver com a filha para casa do pai, Byron partiu para Itália. Morreu na Grécia quando a filha tinha oito anos.
 Ada foi apanhada entre os  dois extremos das personalidades dos pais. Esse conflito teve as suas  consequências. Embora fosse descrita como uma criança robusta e alegre sofreu uma espécie de ataque nervoso por volta dos oito anos. Começou a sofrer de dores de cabeça e perturbação da visão  que a impediam de ler durante alguns meses. Aos treze anos as pernas paralisaram e durante alguns anos não conseguiu mover-se normalmente. Ada ultrapassou a doença e praticava ginástica, dançava e andava a cavalo, a sua paixão. As suas cartas mostram que era uma jovem espirituosa  e viva apesar de constantemente rodeada pelos conselhos da mãe.
 Era dotada em muitos aspectos. Na música, tocava harpa, violino e piano. Gostava de matemática e de coisas mecânicas. Quando tinha oito anos construía e brincava com barcos. Aos dezassete anos estudava álgebra e astronomia.
 Nessa altura, foi apresentada ao rei William IV e à rainha Adelaide. Foi a sua entrada na sociedade. A partir daí conheceu muitas pessoas importantes e famosas.Procurava pessoas com quem pudesse partilhar o seu gosto pela matemática, música, cavalos e tudo o que fosse interessante e novo. Acima de tudo desejava conhecer Mary Somerville que estava a viver em Londres nessa altura. Ada gostaria de ser uma matemática como ela.
Uma das estrelas brilhantes da cena de Londres era Charles Babbage que tinha estudado na universidade de Cambrige e que se dedicava a projectos científicos. Gostava de frequentar e de ser visto nas melhores festas e bailes. Um dia, num jantar, Ada conheceu Babbage que a convidou para ver o seu projecto preferido, um computador primitivo. Esse projecto obcecava-o e chamava-lhe Difference Engine. Ada queria trabalhar com ele no projecto e começou a estudar equações diferenciais.
Entretanto escreveu a outro distinto matemático , Augustus DeMorgan sobre o seu trabalho. DeMorgan foi uma espécie de tutor que encorajou  o seu trabalho e que a admirava muito.
Ada estava prestes a conhecer Mrs. Somerville a quem ficou muito ligada e aos filhos.
Conheceu então Lord King mais tarde conde de Lovelace e apaixonaram-se, ela tinha dezanove anos e ele trinta. Teve três filhos e a sua saúde a partir daí não foi boa voltando a misteriosa doença que a tinha afectado em criança. Mas mesmo assim continuava entusiasmada a sua carreira. Como "dona de casa" não teve muito sucesso. Adorava as crianças mas detestava as interrupções que lhe causavam no trabalho pelo que pediu a ajuda da mãe.
Entretanto Babbage estava a trabalhar numa máquina mais avançada a que ele chamava Analytical Engine.
 Tornou-se uma incondicional da causa de Babbage. O entusiasmo de Ada igualava o seu. Juntou-se outro admirador L.F.Menabrea que escreveu um artigo em francês descrevendo a máquina e o seu funcionamento. Ada traduziu-o para inglês e acrescentou notas sobre o poder e a limitação da máquina. A obra foi publicada e B. distribuiu-a pelos cientistas do tempo. O artigo foi assinado por A.A.L. só muito mais tarde a identidade da autora foi conhecida. Ada também previu que o computador poderia servir para compor música. Vendeu todas as suas jóias para ajudar Babbage no seu projecto e morreu cedo com trinta e seis anos, de cancro no útero e cheia de dívidas.
É conhecida como a inventora da programação de computadores.
 A máquina nunca foi construída e as ideias ficaram à espera por mais um século e hoje maravilhamo-nos com a contribuição de Ada.
As suas ideias foram retomadas por Turing e Neumamm dois dos pais das modernas tecnologias.
 Em 1979 o Departamento da Defesa dos Estados Unidos desenvolveu um programa informático derivado do Pascal a que chamou Ada em homenagem à primeira mulher programadora da história."

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

POEMA PERDIDO

Fidelidade – Jorge de Sena

 

"Diz-me devagar coisa nenhuma, assim
como só a presença com que me perdoas
esta fidelidade ao meu destino.
Quanto assim não digas é por mim
que o dizes. E os destinos vivem-se
como outra vida. Ou como solidão.
E quem lá entra? E quem lá pode estar
mais que o momento de estar só consigo?

Diz-me asim devagar coisa nenhuma:
o que à morte se diria, se ela ouvisse,
ou se diria aos mortos, se voltassem."