quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

terça-feira, 11 de dezembro de 2012


Por que é que as Mulheres demoram tanto tempo quando vão à casa de banho?

"O grande segredo de todas as mulheres a respeito da casa de banho é que, quando eras pequenina, a tua mamã levava-te à casa de banho, ensinava-te a limpar o tampo da sanita com papel higiénico e depois punha tiras de papel cuidadosamente no perímetro da sanita.

Finalmente instruía-te: "nunca, nunca te sentes numa casa de banho pública!" E depois ensinava-te a "posição", que consiste em balançar-te sobre a sanita numa posição de sentar-se sem que o teu corpo tenha contacto com o tampo.

"A posição" é uma das primeiras lições de vida de uma menina, importante e necessária, que nos acompanha para o resto da vida. Mas ainda hoje, nos nossos anos de maioridade, "a posição" é dolorosamente difícil de manter, sobretudo quando a tua bexiga está quase a rebentar.

Quando "TENS" de ir a uma casa de banho pública, encontras uma fila enorme de mulheres que até parece que o Brad Pitt está lá dentro. Por isso, resignas-te a esperar, sorrindo amavelmente para as outras mulheres que também cruzam as pernas e os braços, discretamente, na posição oficial de “tou aqui tou-me a mijar!”.

Finalmente é a tua vez! E chega a típica "mãe com a menina que não aguenta mais” (a minha filhota já não aguenta mais, desculpe, vou passar à frente, que pena!). Então verificas por baixo de cada cubículo para ver se não há pernas. Estão todos ocupados.

Finalmente, abre-se um e lanças-te lá para dentro, quase derrubando a pessoa que ainda está a sair. Entras e vês que a fechadura está estragada (está sempre!); não importa… Penduras a mala no gancho que há na porta… QUAAAAAL? Nunca há gancho! Inspeccionas a zona, o chão está cheio de líquidos indefinidos e fétidos, e não te atreves a pousá-la lá. Por isso, penduras a mala no pescoço enquanto vês como balança debaixo de ti, sem contar que a alça te desarticula o pescoço, porque a mala está cheia de coisinhas que foste metendo lá para dentro, durante 5 meses seguidos, e a maioria das quais não usas, mas que tens no caso de…

Mas, voltando à porta… como não tinha fechadura, a única opção é segurá-la com uma mão, enquanto com a outra baixas as calças num instante e pões-te “na posição”…

AAAAHHHHHH… finalmente, que alívio… mas é aí que as tuas coxas começam a tremer… porque nisto tudo já estás suspensa no ar há dois minutos, com as pernas flexionadas, as cuecas a cortarem-te a circulação das coxas, um braço estendido a fazer força na porta e uma mala de 5 quilos a cortar-te o pescoço!

Gostarias de te sentar, mas não tiveste tempo para limpar a sanita nem a tapaste com papel; interiormente achas que não iria acontecer nada, mas a voz da tua mãe faz eco na tua cabeça *“nunca te sentes numa sanita pública”*, e então ficas na “posição de aguiazinha”, com as pernas a tremer… e por uma falha no cálculo de distâncias, um finííííssimo fio do jacto salpica-te e molha-te até às meia s!

Com sorte não molhas os sapatos… é que adoptar “a posição” requer uma grande concentração e perícia.

Para distanciar a tua mente dessa desgraça, procuras o rolo de papel higiénico, maaaaaaaaaaas não hááááá!!! O suporte está vazio!

Então rezas aos céus para que, entre os 5 quilos de bugigangas que tens na mala, pendurada ao pescoço, haja um miserável lenço de papel… mas para procurar na tua mala tens de soltar a porta…???? Duvidas um momento, mas não tens outro remédio. E quando soltas a porta, alguém a empurra, dá-te uma trolitada na cabeça que te deixa meio desorientada mas rapidamente tens de travá-la com um movimento rápido e brusco enquanto gritas OCUPAAAAAADOOOOOOOOO!!

E assim toda a gente que está à espera ouve a tua mensagem e já podes soltar a porta sem medo, ninguém vai tentar abri-la de novo (nisso as mulheres têm muito respeito umas pelas outras).

Encontras o lenço de papel! Está todo enrugado, tipo um rolinho, mas não importa, fazes tudo para esticá-lo; finalmente consegues e limpas-te. Mas o lenço está tão velho e usado que já não absorve e molhas a mão toda; ou seja, valeu-te de muito o esforço de desenrugar o maldito lenço só com uma mão.

Ouves algures a voz de outra velha nas mesmas circunstâncias que tu “alguém tem um pedacinho de papel a mais?” Parva! Idiota!

Sem contar com o galo da marrada da porta, o linchamento da alça da mala, o suor que te corre pela testa, a mão a escorrer, a lembrança da tua mãe que estaria envergonhadíssima se te visse assim… porque ela nunca tocou numa sanita pública, porque, francamente, tu não sabes que doenças podes apanhar ali, que até podes ficar grávida (lembram-se?) …. Estás exausta! Quando paras, já não sentes as pernas, arranjas-te rapidíssimo e puxas o autoclismo a fazer malabarismos com um pé, muito importante!

Depois lá vais pró lavatório. Está tudo cheio de água (ou xixi? lembras-te do lenço de papel…), então não podes soltar a mala nem durante um segundo, pendura-la no teu ombro; não sabes como é que funciona a torneira com os sensores automáticos, então tocas até te sair um jatozito de água fresca, e consegues sabão, lavas-te numa posição do corcunda de Notre Dame para a mala não resvalar e ficar debaixo da água.

Nem sequer usas o secador, é uma porcaria inútil, pelo que no fim secas as mãos nas tuas calças – porque não vais gastar um lenço de papel para isso – e sais…

Nesse momento vês o teu namorado, ou marido, que entrou e saiu da casa de banho dos homens e ainda teve tempo para ler um livro de Jorge Luís Borges enquanto te esperava.

“Mas por que é que demoraste tanto?” – pergunta-te o idiota.

“Havia uma fila enorme” – limitas-te a dizer.

E é esta a razão pela qual as mulheres vão em grupo à casa de banho, por solidariedade: uma segura-te na mala e no casaco, a outra na porta e a outra passa-te o lenço de papel debaixo da porta, e assim é muito mais fácil e rápido, pois só tens de te concentrar em manter “a posição” e a dignidade."

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Ada Lovelace - ( 1815 - 1852 )

"Augusta Ada Byron, Lady Lovelace  é um nome ligado à história dos computadores.
 Era filha do poeta Lord Byron e de Annabella Millbanke, uma prendada estudante de O casamento não resultou. Viveram juntos um ano. Uma semana depois de Ada ter nascido a mãe pediu a separação de Lord Byron e foi viver com a filha para casa do pai, Byron partiu para Itália. Morreu na Grécia quando a filha tinha oito anos.
 Ada foi apanhada entre os  dois extremos das personalidades dos pais. Esse conflito teve as suas  consequências. Embora fosse descrita como uma criança robusta e alegre sofreu uma espécie de ataque nervoso por volta dos oito anos. Começou a sofrer de dores de cabeça e perturbação da visão  que a impediam de ler durante alguns meses. Aos treze anos as pernas paralisaram e durante alguns anos não conseguiu mover-se normalmente. Ada ultrapassou a doença e praticava ginástica, dançava e andava a cavalo, a sua paixão. As suas cartas mostram que era uma jovem espirituosa  e viva apesar de constantemente rodeada pelos conselhos da mãe.
 Era dotada em muitos aspectos. Na música, tocava harpa, violino e piano. Gostava de matemática e de coisas mecânicas. Quando tinha oito anos construía e brincava com barcos. Aos dezassete anos estudava álgebra e astronomia.
 Nessa altura, foi apresentada ao rei William IV e à rainha Adelaide. Foi a sua entrada na sociedade. A partir daí conheceu muitas pessoas importantes e famosas.Procurava pessoas com quem pudesse partilhar o seu gosto pela matemática, música, cavalos e tudo o que fosse interessante e novo. Acima de tudo desejava conhecer Mary Somerville que estava a viver em Londres nessa altura. Ada gostaria de ser uma matemática como ela.
Uma das estrelas brilhantes da cena de Londres era Charles Babbage que tinha estudado na universidade de Cambrige e que se dedicava a projectos científicos. Gostava de frequentar e de ser visto nas melhores festas e bailes. Um dia, num jantar, Ada conheceu Babbage que a convidou para ver o seu projecto preferido, um computador primitivo. Esse projecto obcecava-o e chamava-lhe Difference Engine. Ada queria trabalhar com ele no projecto e começou a estudar equações diferenciais.
Entretanto escreveu a outro distinto matemático , Augustus DeMorgan sobre o seu trabalho. DeMorgan foi uma espécie de tutor que encorajou  o seu trabalho e que a admirava muito.
Ada estava prestes a conhecer Mrs. Somerville a quem ficou muito ligada e aos filhos.
Conheceu então Lord King mais tarde conde de Lovelace e apaixonaram-se, ela tinha dezanove anos e ele trinta. Teve três filhos e a sua saúde a partir daí não foi boa voltando a misteriosa doença que a tinha afectado em criança. Mas mesmo assim continuava entusiasmada a sua carreira. Como "dona de casa" não teve muito sucesso. Adorava as crianças mas detestava as interrupções que lhe causavam no trabalho pelo que pediu a ajuda da mãe.
Entretanto Babbage estava a trabalhar numa máquina mais avançada a que ele chamava Analytical Engine.
 Tornou-se uma incondicional da causa de Babbage. O entusiasmo de Ada igualava o seu. Juntou-se outro admirador L.F.Menabrea que escreveu um artigo em francês descrevendo a máquina e o seu funcionamento. Ada traduziu-o para inglês e acrescentou notas sobre o poder e a limitação da máquina. A obra foi publicada e B. distribuiu-a pelos cientistas do tempo. O artigo foi assinado por A.A.L. só muito mais tarde a identidade da autora foi conhecida. Ada também previu que o computador poderia servir para compor música. Vendeu todas as suas jóias para ajudar Babbage no seu projecto e morreu cedo com trinta e seis anos, de cancro no útero e cheia de dívidas.
É conhecida como a inventora da programação de computadores.
 A máquina nunca foi construída e as ideias ficaram à espera por mais um século e hoje maravilhamo-nos com a contribuição de Ada.
As suas ideias foram retomadas por Turing e Neumamm dois dos pais das modernas tecnologias.
 Em 1979 o Departamento da Defesa dos Estados Unidos desenvolveu um programa informático derivado do Pascal a que chamou Ada em homenagem à primeira mulher programadora da história."

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

POEMA PERDIDO

Fidelidade – Jorge de Sena

 

"Diz-me devagar coisa nenhuma, assim
como só a presença com que me perdoas
esta fidelidade ao meu destino.
Quanto assim não digas é por mim
que o dizes. E os destinos vivem-se
como outra vida. Ou como solidão.
E quem lá entra? E quem lá pode estar
mais que o momento de estar só consigo?

Diz-me asim devagar coisa nenhuma:
o que à morte se diria, se ela ouvisse,
ou se diria aos mortos, se voltassem."

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Desejo de Invermo




Este Inverno quero umas galochas!
Quero lembrar-me de como era bom saltar dentro das poças, andar à chuva sem molhar os pés! Como era bom correr à chuva!
Isso era quando eu era criança! Agora já não fica bem fazer isso! Vou parecer doidinha!
Agora a chuva faz frio, molha e dói, dói na alma, este já não ser criança!

terça-feira, 30 de outubro de 2012

quarta-feira, 5 de setembro de 2012


quarta-feira, 29 de agosto de 2012


segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Panchatantra, Conto VIII, Zloka 242



"Mesmo que o nosso corpo seja desfeado por muitos defeitos, quem não lhe tem amor? Por muitas ofensas que faças ao ser que te é querido, não deixa de sê-lo."

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Paris 1900

A inglesa Charlotte Cooper, uma das apenas onze mulheres entre os atletas dos jogos olímpicos, ganha a competição simples de ténis e torna-se a primeira mulher medalhada!

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Panchatantra, Conto III, Zloka141

" Aquele que solicite uma mulher e esteja sempre junto dela e lhe faça um pouco a corte, esse é homem de quem as mulheres gostam!"

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Peça de teatro a três para o módulo Escrita Criativa


"Edifício Paraíso"

CENA 1

Todos no elevador: Domingues, Carteiro, Cego, Homem de Negócios, Rafaela e Mãe.

Domingues: - Oh Sr. Carteiro, mas onde raio é que fica a Joalharia?
Carteiro: - É já aqui no 1º andar!
Domingues: Então, dê-me licença que eu vou sair!
(e sai)
Carteiro: - Eu saio no próximo, vou entregar esta encomenda ao Sr. Escritor.
Rafaela: - Mas qual escritor?
Carteiro: - O escritor do 2º andar. Todos lhe chamam assim, mas não sei porquê!
Cego: - Ah! Isso é porque cada obra que escreve tem sempre o 2º andar no título: “O meu primeiro 2º andar”, “O 2º andar a contar de cima” e o mais famoso “O 2º andar da inteligência”.
Carteiro: - Ah, está bem! Adeus!
(sai do elevador)
Mãe: - E o Senhor? (dirige-se ao Homem de Negócios) O que vai fazer ao 4º andar?
Homem de Negócios:- Negócios, pois claro!
Mãe: - E você? Vai a uma consulta? (dirigindo-se ao Cego)
Cego: - Não, já desisti dos médicos. Não me podem ajudar! Vou trocar a minha habilidade de anjo da guarda por uma visão!
(sai o Cego e depois o Homem de Negócios)
Rafaela: - Mãe, já estamos atrasadas para o Cinema!...
(e saem)

CENA 2




Na Joalharia do 1º andar. Domingues entra de rompante e esbaforido!

Domingues: - Preciso de um anel de noivado! Rápido!
Joalheiro: - Leve tudo o que quiser mas não me mate!
(levanta os braços)
Domingues: - Não, não! Isto não é um assalto! Só preciso urgentemente de um anel para a minha namorada!
Joalheiro: - Ah, bom! Que alívio!
(Publicidade Imodium)
Sendo assim, que tipo de anel? Ouro, ouro branco, prata, platina, com diamante, sem diamante, pedras preciosas, semi-preciosas, simples, duplo…?
Domingues: - Oh, amigo! Não me interessa! Um que seja barato e deste tamanho! (mostra um anel que traz no bolso)








CENA 3
Na Livraria do 2º andar, entre o Escritor e o Carteiro.




Carteiro: - Senhor Escritor, está aqui a sua encomenda!
Escritor: - Ah, até que enfim! A minha Musa Inspiradora veio até mim!
Carteiro: - Assine aqui, por favor!
Escritor: - Com todo o prazer!
(Assina o papel, abre o pacote, insufla a Musa e começa a escrever. O Carteiro sai de fininho.)















CENA 4




O Cego entra no consultório da Bruxa.

Cego: - Boa tarde, minha Senhora!
Bruxa: - Ora então, vamos lá pô-lo a ver!
Cego: - Ah! Como é que sabe ao que venho?
Bruxa: - Eu sei tudo!
Cego: - Bom, não importa! Diga-me lá o que podemos fazer.
Bruxa: - Oh, mas isso é bastante fácil! Basta apenas dizer em voz alta a palavra “cego” em aramaico, de trás para a frente, três vezes.Slijep!
Cego: - Muito bem. Pejils, pejils, pejils!

(O Cego recupera a visão)









CENA 5




O Homem de Negócios e o Cego no elevador, a descerem.)

Cego: - Então, o que foi realmente fazer ao 4º andar?
Homem de Negócios: - Negócios, tal como tinha dito!
Cego: - Mas que tipo de negócios?
Homem de Negócios: - Fui comprar mais uns dias e umas horas para juntar ao meu calendário. Porque este, a mim, não me chega!
Cego: - Ai, se eu, ao menos, pudesse vender-lhe alguns dos meus! Que jeito me daria!













CENA 6

No café do cinema, a Mãe e a Rafaela encontram Domingues.
Domingues olha abatido para o anel que comprou na Joalharia.

Rafaela: - Ah, que bonito! Um anel de princesa!
Mãe: - Rafaela, quantas vezes é preciso dizer que não se mexe nas coisas dos outros?
Domingues: - Ora, não tem importância! Já não preciso dele, podes ficar com o anel!
(Rafaela pega no anel e foge.)
Mãe: - Onde é que vais, filha? Oh Senhor, não devia ter feito isso!
(Domingues encolhe os ombros)
Mãe: - Olhe, já vi que está com problemas! O meu nome é Helena Carvalho, sou psicóloga. Se precisar de alguma coisa, ligue-me!




(Entrega-lhe um cartão. A Mãe vai atrás da filha. Ambas saem de cena. Domingues permanece sentado, a olhar para o cartão e depois pega no telefone.)



***

sábado, 14 de julho de 2012

sexta-feira, 13 de julho de 2012

O tempo

Houve um tempo em que surgiam palavras em catadupa na minha cabeça, da minha cabeça para o papel, do papel para a boca das pessoas.
Houve um tempo em que passava horas fechada entre quatro paredes recheadas de livros e havia vontade de ler e escrever. Essa era a coisa mais importante no mundo.
Esse tempo sumiu-se como areia  entre os dedos. Hoje finjo que não tenho esse tempo. Esse tempo é, agora, passado a trabalhar e a inventar coisas que são mais importantes que isso.
Não queria perder esse tempo, não queria perder-me.
Preciso de acordar desta dormência. Preciso de Clarice!Preciso de Camille!

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Panchatantra, Conto II, zloka 110

"Um cavalo, uma arma, um livro, um alaúde, uma frase, um homem ou uma mulher, são bons ou maus segundo aquele que os emprega."

sábado, 23 de junho de 2012

The Pigeon, Patrick Suskind

Ao estilo kafkiano, Suskind descreve a destruição da paz interior de Jonathan, provocada pelo terrível aparecimento de um pombo nos seus aposentos.
Uma história bizarra e trágico-cómica sobre um zé-ninguém, sobre os seus hábitos triviais e sobre as suas vulnerabilidades que culminam num terror psicológico.
Suskind apresenta-nos a sua personagem, destrói-a e devolve-lhe a vida, outra vez!

terça-feira, 13 de março de 2012

Parabéns atrasados!





E não é que me esqueci que o blogue fazia anos em Fevereiro!!!?

quinta-feira, 8 de março de 2012

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Panchatantra - Conto I

Zloka 33: " A palavra deve empregar-se onde, dita, obtenha fruto e dure sempre o seu efeito, como a cor em tela branca."

Zloka 94: "A seda sai de um verme; o ouro, da pedra; (...)a lua do mar; (...) o fogo,
da lenha; (...). Os homens de mérito chegam a tornar-se ilustres subindo pela sua própria virtude; que importa o nascimento?"

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

É Carnaval, ninguém leva a mal! Parte II

Desde sempre que gosto de me mascarar, gosto de fazer palhaçadas, não de palhaços, de teatrices! Mas este ano não! Este ano estou piegas, estou desempregada, estou c'a crise, estou quase reformada, mas não conformada! Este ano nem 3.50€ tive para comprar umas orelhas de gato, estou sem coração, pelo menos para folias!
Ainda assim fui ver o festival na rua, vestida de preto e de óculos escuros na cara! Estou com azia, estou de luto, estou em "modo" protesto e não me apeteceu festejar!Fui ver os carros alegóricos, os homens vestidos de mulher, as criancinhas que não sabem bem o que se passa, os bum-buns das teenagers inconscientes de tanga a dar a dar! Ouvi as mesmas músicas brasileiras "over and over again"!
Algumas situações conseguiram arrancar-me um sorriso da cara, mas mais do que isso não!Desculpem-me mas não estou para mais! Não estraguei o dia a ninguém, permaneci no meu cantinho anónimo! Mais a mais é Carnaval, ninguém me levou a mal!

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

É Carnaval, ninguém leva a mal!

Sou menina nascida e criada em cidade e, pior, numa cidade de altos e baixos, subidas e descidas a perder de vista! Por isso mesmo aprender a andar de bicicleta foi uma sessão básica, segura e fugaz! A primeira bicicleta que tive era uma BMX amarela, ainda com as duas rodas de lado! Foi-me oferecida pelos meus tios e aprendi a andar nela, rapidamente, em cima dos passeios. Como morava no centro da cidade, na altura, a aprendizagem ficou-se por aí e não voltei a andar mais nela!Ficou parada na varanda do apartamento, onde eu montava nela e, de máquina fotográfica velha ao pescoço, fingia que pedalava e viajava por esse mundo afora! No Verão, quando visitava uma tia que morava numa Quinta, andava na do meu primo mais novo, que tinha uma bicicleta demasiado pequena para mim, claro, mas que me facilitava a tarefa! Já maior, aos fins de semana, ia para casa do meu pai e ele levava-me a mim e à minha irmã ao Parque da Cidade, onde nos revezavamos a andar na bicicleta dela!Mais uma vez imperava a segurança!Não havia estrada, nem carros, nem multidões! A bicicleta era baixa e eu não tinha medo de cair! Desde aí, dos meus 9/10 anos que não andei mais de bicicleta!
Já aos vinte e oito anos, a minha cara metade decidiu oferecer-me uma bicicleta!Olhei para ela e pareceu-me confiável, mas quando me sentei nela e senti os pés no ar pensei que o mais certo era cair dali abaixo e partir os dentes!Sempre tive muito medo de partir os dentes, não sei porquê!Deve ser coisa de vidas passadas ou o raio! Mas o coitado do rapaz gastou dinheiro naquilo e até me dava jeito reaprender a andar, até para ir para o trabalho! Neste momento vivo no fim do mundo, onde os transportes só aparecem de hora a hora, são caríssimos e fica tudo incrivelmente longe se formos a pé!
Começou a minha aventura!Parecia que me metia em cima de uma coisa daquelas pela primeira vez! Tinha medo de cair, tinha pouco equilíbrio, começava a "panicar" quando via pessoas à minha frente ou ouvia carros atrás de mim!Um horror para mim e uma comédia para quem me acompanhou!Fui aprendendo caminhos só para bicicletas, comecei a ganhar confiança, os braços deixaram de doer devido à força desnecessária com que agarrava o guiador, foi uma sensação de liberdade incrível!
Agora que estou desempregada juntei-me a uma amiga na mesma situação e começámos a dar umas voltas, dia sim, dia não, pelos campos de Golf e pela Marina de Vilamoura!Que maravilha, já dominava a coisa, já nada me atrapalhava e chegava a casa super revigorada e feliz!
Na semana passada cheguei de mais um destes passeios e deixei a bicicleta no sítio do costume, debaixo do vão das escadas, no piso -1 do prédio ondo moro!Já lá a tinha deixado mais vezes, já lá tinham estado outras bicicletas, mas claro, com a sorte com que eu ando tinha que ser a minha a desaparecer!!!E, claro, tinha que ser logo agora que eu lhe andava a dar bastante uso!Procurei por todo o prédio, falei com a senhoria, andei Quarteira inteira a ver se a via com alguém, nada!Deixei um papel a pedir informações na entrada do prédio, mas até agora, nada!
Estou mais que chateada, mais que fula, posso dizer até bastante desiludida! Odeio de morte quem tenha a tranquilidade de consciência de chegar a algum sítio e levar aquilo que não lhe pertence! Levar coisas, bens, que custaram dinheiro, que são de valor sentimental, que são utilizadas como um bem necessário, seja como transporte diário ou como apaziguador de almas!
Roubaram-me a minha bicicleta, roubaram-me o meu prazer semanal, roubaram-me a minha felicidade pontual, o meu sentimento de liberdade, o aumento da minha auto-confiança, a minha infantilidade! Roubaram-me a razão de ter vontade me levantar nestes dias de vazio!...

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Panchatantra - Livro Um

Zloka 20: "Um ser abandonado de todos, vive protegido pelo destino; enquanto que outro, muito bem atendido, morre ferido pelo destino. Vive, na verdade, um orfão abandonado no bosque, enquanto que em casa morre a criança cuidada com todo o esmero."

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Panchatantra - Prólogo

Zloka 4 - "De que te serve a vaca que não pare nem dá leite?
Que vantagens obténs de um filho que viva sem ser sábio nem piedoso?"

Zloka 5 - "A ciência das palavras não tem fim, a vida é curta e os obstáculos são muitos.
É preciso, pois, tomar o essencial das coisas, pondo de parte o inútil, como faz o cisne que tira o leite do meio da água."

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Leituras

Panchatantra

O Panchatantra ( Pañcatantra, sânscrito: पञ्चतन्त्र, 'Cinco Princípios') é a mais antiga coleção de fábulas indianas conhecida. Originalmente era uma coleção de fábulas com animais em verso e prosa em sânscrito (hindu) e em pali (budista). O texto original em sânscrito, atualmente perdido, que foi provavelmente composto no século III AEC, é atribuido a Vishnu Sarma. Entretanto, sendo baseado em tradições orais mais antigas, seus antecedentes entre contadores de histórias provavelmente são tão antigos quanto a origem da língua e dos primeiros agrupamentos sociais do subcontinente de caçadores e pescadores reunidos em torno de fogueiras. É certamente o produto literário da Índia mais traduzido e possui mais de 200 versões em mais de 50 línguas.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012