" - Meu jovem e louro amigo! A escrituração comercial, que à primeira vista parece uma ciência inexacta e inútil, é evidentemente prejudicial quando se aplica ao dinheiro de comanditários e acionistas. É, no entanto, de grande utilidade se dela nos servirmos para orientar as nossas questões do coração.
Se, em tudo quanto supomos ser esses gozos da vida atrás dos quais perpetuamente correm os nosso instintos e as nossas ilusões, tivessemos uma noção exacta do prazer que nos causam e do preço que nos custam, se abrissemos em qualquer dos nossos casos sentimentais uma conta corrente, registando na página Haver as venturas reais e fictícias que essas aventuras nos fornecem e na página Dever os variados esforços empregados para as conseguir, creia que a maior parte, logo ao fechar o primeiro balancete, teria à laia dos tendeiros infelizes, que chamar credores e/ ou abrir falência declarada ou tentar uma concordata amena. O livro Razão é indispensável em questões de amor e, no entanto, ninguém faz uso dele.
Tratemos, pois, de encarar comercialmente o seu caso, que é muito comezinho e toda a gente tem tido na vida."
***Continua***
1 comentário:
Já dizia o outro: "o coração tem razões que a razão desconhece", maldiçãããõoooo! :/
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