quarta-feira, 9 de julho de 2008

DES(AMOR)

Cheguei. Ele, sentado no banco de pedra coma as mãos abertas sob um livro, lia e esperava. Quando me sentiu, levantou a cabeça e os olhos por cima dos óculos, franzindo a testa. Sorriu. Fechou imediatamente o livro com uma pancada seca, arrumou-o e levantou-se. Passou os braços à volta do meu corpo, cheirou-me o cabelo e beijou-me na boca.
Não, não foi nada assim!...Eu estava à espera dele, sentada no banco de pedra, com frio. Ele chegou, eu levantei-me e demos um beijo rápido. Pelo caminho falámos de Teatro, Literatura e Música, e, então, ele deu-me uma flor que trazia amarrotada dentro do bolso do casaco.
Não. Não foi nada disto!...Pelo caminho não falámos, havia uma barreira à prova de som entre nós, como um muro entre dois jardins. Fizemos o mesmo caminho de sempre, vimos as pessoas de sempre e agimos da mesma maneira de sempre.
Não. Estou a mentir. Na despedida ele disse: - Amo-te.