domingo, 29 de junho de 2008

DOMINGOS ESCOLHIDOS, cont.

A seguir, o Compota de pêssego disse-me o seguinte:
- Sou o que é vulgar chamar-se um rapaz novo. Tenho o cabelo louro um tanto ondeado e os olhos azuis. Possuo alguma coisa de meu, não estou mal fornecido de roupa branca e de cor, andei em várias mestras e mestres até há dois anos e tenho um suficiente hábito da sociedade, que frequento com certa assiduidade. No que diz respeito a mulheres, fui conhecendo várias, gordas, magras e entremeadas e assim tem decorrido o meu tempo sem extravagâncias nem complicações de maior. Acabo, porém, de passar um mês numa praia e aí travei conhecimento com certa senhora razoavelmente bonita, razoavelmente inteligente, que pareceu interessar-se bastante por mim e estar disposta a interessar-se mais ainda. Dá-se, porém, a circunstância da senhora não ser livre e antes legitimamente ligada a certo sujeito que padece do bofe e tem cara de almoçar amiúde fígados de leão. Dada a minha inexperiência da vida, que não hesito em confessar, estimaria que o meu excelente amigo, para quem os atalhos da existência já não têm segredos, me respondesse sinceramente: - "Valerá a pena?"
O Compota de pêssego mirava-me com os seus olhos azuis. A fresca brisa que corria, brincava nas ondas do seu cabelo louro e eu mandei vir para mim um pipermint verde com água do Luso, uma pedra de gelo e uma palhinha.
Depois de ter reflectido um pedaço e chupado metade do meu refresco, respondi-lhe com o coração nas mãos:
*** Continua***

1 comentário:

Ninguém disse...

Isso não vale! ;P
Deixar assim uma pessoa em suspenso ou suspense (como preferirem) :)