domingo, 26 de setembro de 2010

O Meu Coração; Anaquim

Meu coração é um viajante
Que se entrega num instante
Por ai a onde for

Acha que sabe bem o que eu preciso
Prende-se a qualquer sorriso
Sem motivos de maior

O meu coração é inocente
Pensa que a vida é um mar de rosas
Mas eu que vi espinhos em toda a gente
Afasto essas certezas duvidosas

O meu coração é um bicho muito estranho
Que se esconde e não responde a quem chamei
Alergico ao exterior vive na toca
Onde se esconde e sofoca por não ver entrar o ar

O meu coração vive trancado
Diz que atirou a chave ao mar
E eu que a procurei por todo o lado
Só me resta assim continuar

Coração triste
Não me arrastes em teu passo
Meu corpo insiste em decidir o que faço
Se eu vir que sim ele diz que não
Eu vou bem sem coração
Entre morrer de amor e viver nesta prisão

Coração louco
Não me imponhas o teu vicio
Que a pouco e pouco vou cedendo ao sacrificio
É que eu sei bem que se acordares
E procurares por ai
Encontras outro coração para ti

Já encontraste?
Demoras muito ou quê?

O meu coração é uma criança
Ansiosa pela dança de quem lhe estender a mão
Mas este é caprichoso e inclusivo
É na lista compulsivo que não chega à conclusão

O meu coração segue as novelas
Jubila com as falas das actrizes

O meu carrega histórias de mazelas
E afasta-se desses finais felizes

Coração triste
Não me arrastes em teu passo
Meu corpo insiste em decidir o que faço
Se eu vir que sim ele diz que não
Eu vou bem sem coração
Entre morrer de amor e viver nesta prisão

Coração louco
Não me imponhas o teu vicio
Que a pouco e pouco vou cedendo ao sacrificio
É que eu sei bem que se acordares
E procurares por ai
Encontras outro coração para ti

Falei primeiro a bem por ser assunto de respeito
Mas não deu ouvidos perseguiu naquele jeito

Mudei para as ameaças
Tentei que usasse a razão
Mas é palavra estranha pro meu pobre coração

Farta desses maus tratos fiz as malas e parti
E logo te encontrei com o mesmo modo que eu sofri
A mesma frustração
A mesma pose o mesmo olhar
E em teu toque senti no meu corpo a trupulsar

Juntos rimos de tudo
Só chorámos nas novelas
Fingimos ser crianças e dançámos como elas
Perdemos noite e dia entre histórias e canções
Juntámos nomes, gostos e moradas
E quase sem dar por nada
Encontrámos corações

Coração triste
Não me arrastes em teu passo
Meu corpo insiste em decidir o que faço
Se eu vir que sim ele diz que não
Eu vou bem sem coração
Entre morrer de amor e viver nesta prisão

Coração louco
Não me imponhas o teu vicio
Que a pouco e pouco vou cedendo ao sacrificio
É que eu sei bem que se acordares
E procurares por ai
Encontras outro coração para ti

1 comentário:

post-it disse...

isto há coisas que não se procuram, acham-se...
não sei.. julgo que não se devem impingir encontros, cruzamentos...
ou acontecem ou não acontecem...
mas podemos desejar...
e umas vezes desejamos tudo e mais
e outras vezes há em que estamos bem como estamos.
não é?