O meu orgulho, Florbela Espanca
“Lembro-me o que fui dantes, quem me dera
Não lembrar! Em tardes dolorosas
Eu lembro-me que fui a Primavera
Que em muros velhos fez nascer rosas.
Não lembrar! Em tardes dolorosas
Eu lembro-me que fui a Primavera
Que em muros velhos fez nascer rosas.
As minhas mãos, outrora carinhosas,
Pairavam como pombas… Quem soubera
Porque tudo passou e foi quimera
E porque os muros velhos não dão rosas!
Pairavam como pombas… Quem soubera
Porque tudo passou e foi quimera
E porque os muros velhos não dão rosas!
São sempre os que eu recordo que me esquecem
Mas digo para mim: “Não me merecem …”
E já não fico tão abandonada!
Mas digo para mim: “Não me merecem …”
E já não fico tão abandonada!
Sinto que valho mais, mais pobrezinha:
Que também é orgulho ser sozinha,
E também é nobreza não ter nada!”
Que também é orgulho ser sozinha,
E também é nobreza não ter nada!”
1 comentário:
A Florbela racionalizava neste poema! :D
Qual quê?! Não é nada bom ficármos refens de...
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