"Como é que se sai das dimensões finitas? –(…) - Quer dizer, para pôr as coisas em termos básicos, um bloco de madeira é um bloco de madeira, por exemplo. Tem comprimento, largura…
Não tem. Aí é que se engana- disse Teddy. – Toda a gente pensa que as coisas acabam num ponto qualquer. Mas não. É isso que eu estava a tentar dizer ao Professor Peet. – ( …) As coisas só parecem acabar num ponto qualquer porque a maior parte das pessoas só sabe olhar para as coisas dessa maneira – disse ele. – Mas isso não quer dizer que acabem. – (...) – Importa-se de levantar o braço um segundo, se faz favor? – perguntou.
- O meu braço? Porquê?
- Levante-o. Só um segundo. (…) "Este?", perguntou.
(…) "Que nome dá a isso?", perguntou?
- Como assim? É o meu braço. É um braço.
- Como sabe que é? – perguntou Teddy. – Sabe que lhe chamam um braço, mas como sabe que o é? Tem alguma prova de que é um braço? (…)
"Francamente, isso tresanda a sofisma do pior – disse ele, soprando o fumo. – É um braço, co’s diabos, porque é um braço. Para já, tem de ter um nome para se distinguir de outros objectos. Quer dizer, não se pode simplesmente…"
- Está apenas a ser lógico – disse Teddy, impassível.
- Estou a ser apenas o quê? (…)
- Lógico. Está-me a dar uma resposta normal, inteligente – disse Teddy. – Estou a tentar ajudá-lo. Perguntou-me como saio das dimensões finitas quando quero. Não é a lógica que eu uso, quando o faço. A lógica é a primeira coisa de que temos de nos desembaraçar. (…)
Lembra-se daquela maçã que Adão comeu no Paraíso, como vem na Bíblia? Sabe o que havia naquela maçã? Lógica. Lógica e tretas intelectuais. (…) Por isso, isto é o que eu acho, o que tem de fazer é vomitá-la se quiser ver as coisas como elas são realmente. Quer dizer, se vomitar a maçã, então já não tem mais problemas com blocos de madeira e assim. E fica a saber o que realmente o seu braço é."