As mãos dadas, Jorge de Sena
"Um dia me falaste,
e as árvores morriam galho a galho seco.
Havia flores, recordo.
Havia ruas, ai também recordo.
E escadas
vazias.
Não me falaste, não. Fui eu quem perguntou,
beijando-te tremente, quantos anos tinhas,
e o teu nome.
Não tinhas nomes; ou tinhas, mas não teu.
E a tua idade, as tuas mãos nas minhas."
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