sábado, 25 de fevereiro de 2012

Panchatantra - Conto I

Zloka 33: " A palavra deve empregar-se onde, dita, obtenha fruto e dure sempre o seu efeito, como a cor em tela branca."

Zloka 94: "A seda sai de um verme; o ouro, da pedra; (...)a lua do mar; (...) o fogo,
da lenha; (...). Os homens de mérito chegam a tornar-se ilustres subindo pela sua própria virtude; que importa o nascimento?"

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

É Carnaval, ninguém leva a mal! Parte II

Desde sempre que gosto de me mascarar, gosto de fazer palhaçadas, não de palhaços, de teatrices! Mas este ano não! Este ano estou piegas, estou desempregada, estou c'a crise, estou quase reformada, mas não conformada! Este ano nem 3.50€ tive para comprar umas orelhas de gato, estou sem coração, pelo menos para folias!
Ainda assim fui ver o festival na rua, vestida de preto e de óculos escuros na cara! Estou com azia, estou de luto, estou em "modo" protesto e não me apeteceu festejar!Fui ver os carros alegóricos, os homens vestidos de mulher, as criancinhas que não sabem bem o que se passa, os bum-buns das teenagers inconscientes de tanga a dar a dar! Ouvi as mesmas músicas brasileiras "over and over again"!
Algumas situações conseguiram arrancar-me um sorriso da cara, mas mais do que isso não!Desculpem-me mas não estou para mais! Não estraguei o dia a ninguém, permaneci no meu cantinho anónimo! Mais a mais é Carnaval, ninguém me levou a mal!

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

É Carnaval, ninguém leva a mal!

Sou menina nascida e criada em cidade e, pior, numa cidade de altos e baixos, subidas e descidas a perder de vista! Por isso mesmo aprender a andar de bicicleta foi uma sessão básica, segura e fugaz! A primeira bicicleta que tive era uma BMX amarela, ainda com as duas rodas de lado! Foi-me oferecida pelos meus tios e aprendi a andar nela, rapidamente, em cima dos passeios. Como morava no centro da cidade, na altura, a aprendizagem ficou-se por aí e não voltei a andar mais nela!Ficou parada na varanda do apartamento, onde eu montava nela e, de máquina fotográfica velha ao pescoço, fingia que pedalava e viajava por esse mundo afora! No Verão, quando visitava uma tia que morava numa Quinta, andava na do meu primo mais novo, que tinha uma bicicleta demasiado pequena para mim, claro, mas que me facilitava a tarefa! Já maior, aos fins de semana, ia para casa do meu pai e ele levava-me a mim e à minha irmã ao Parque da Cidade, onde nos revezavamos a andar na bicicleta dela!Mais uma vez imperava a segurança!Não havia estrada, nem carros, nem multidões! A bicicleta era baixa e eu não tinha medo de cair! Desde aí, dos meus 9/10 anos que não andei mais de bicicleta!
Já aos vinte e oito anos, a minha cara metade decidiu oferecer-me uma bicicleta!Olhei para ela e pareceu-me confiável, mas quando me sentei nela e senti os pés no ar pensei que o mais certo era cair dali abaixo e partir os dentes!Sempre tive muito medo de partir os dentes, não sei porquê!Deve ser coisa de vidas passadas ou o raio! Mas o coitado do rapaz gastou dinheiro naquilo e até me dava jeito reaprender a andar, até para ir para o trabalho! Neste momento vivo no fim do mundo, onde os transportes só aparecem de hora a hora, são caríssimos e fica tudo incrivelmente longe se formos a pé!
Começou a minha aventura!Parecia que me metia em cima de uma coisa daquelas pela primeira vez! Tinha medo de cair, tinha pouco equilíbrio, começava a "panicar" quando via pessoas à minha frente ou ouvia carros atrás de mim!Um horror para mim e uma comédia para quem me acompanhou!Fui aprendendo caminhos só para bicicletas, comecei a ganhar confiança, os braços deixaram de doer devido à força desnecessária com que agarrava o guiador, foi uma sensação de liberdade incrível!
Agora que estou desempregada juntei-me a uma amiga na mesma situação e começámos a dar umas voltas, dia sim, dia não, pelos campos de Golf e pela Marina de Vilamoura!Que maravilha, já dominava a coisa, já nada me atrapalhava e chegava a casa super revigorada e feliz!
Na semana passada cheguei de mais um destes passeios e deixei a bicicleta no sítio do costume, debaixo do vão das escadas, no piso -1 do prédio ondo moro!Já lá a tinha deixado mais vezes, já lá tinham estado outras bicicletas, mas claro, com a sorte com que eu ando tinha que ser a minha a desaparecer!!!E, claro, tinha que ser logo agora que eu lhe andava a dar bastante uso!Procurei por todo o prédio, falei com a senhoria, andei Quarteira inteira a ver se a via com alguém, nada!Deixei um papel a pedir informações na entrada do prédio, mas até agora, nada!
Estou mais que chateada, mais que fula, posso dizer até bastante desiludida! Odeio de morte quem tenha a tranquilidade de consciência de chegar a algum sítio e levar aquilo que não lhe pertence! Levar coisas, bens, que custaram dinheiro, que são de valor sentimental, que são utilizadas como um bem necessário, seja como transporte diário ou como apaziguador de almas!
Roubaram-me a minha bicicleta, roubaram-me o meu prazer semanal, roubaram-me a minha felicidade pontual, o meu sentimento de liberdade, o aumento da minha auto-confiança, a minha infantilidade! Roubaram-me a razão de ter vontade me levantar nestes dias de vazio!...

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Panchatantra - Livro Um

Zloka 20: "Um ser abandonado de todos, vive protegido pelo destino; enquanto que outro, muito bem atendido, morre ferido pelo destino. Vive, na verdade, um orfão abandonado no bosque, enquanto que em casa morre a criança cuidada com todo o esmero."

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Panchatantra - Prólogo

Zloka 4 - "De que te serve a vaca que não pare nem dá leite?
Que vantagens obténs de um filho que viva sem ser sábio nem piedoso?"

Zloka 5 - "A ciência das palavras não tem fim, a vida é curta e os obstáculos são muitos.
É preciso, pois, tomar o essencial das coisas, pondo de parte o inútil, como faz o cisne que tira o leite do meio da água."

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Leituras

Panchatantra

O Panchatantra ( Pañcatantra, sânscrito: पञ्चतन्त्र, 'Cinco Princípios') é a mais antiga coleção de fábulas indianas conhecida. Originalmente era uma coleção de fábulas com animais em verso e prosa em sânscrito (hindu) e em pali (budista). O texto original em sânscrito, atualmente perdido, que foi provavelmente composto no século III AEC, é atribuido a Vishnu Sarma. Entretanto, sendo baseado em tradições orais mais antigas, seus antecedentes entre contadores de histórias provavelmente são tão antigos quanto a origem da língua e dos primeiros agrupamentos sociais do subcontinente de caçadores e pescadores reunidos em torno de fogueiras. É certamente o produto literário da Índia mais traduzido e possui mais de 200 versões em mais de 50 línguas.