"Quando, em ti próprio, ouvires algum combate
do sonho em luta com a sua própria alma
e o mundo te parecer maior que a vida
e a vida te parecer a velha estrada
onde só tu não perseguiste o sonho,
defende, de ambos, o que for vencido.
Quando, à tua beira, houver um perseguido
e o escárneo se abater sobre o que ele pensa
e o mundo inteiro o perseguir mentindo
uma mentira maior que a dessa ideia,
defende-a como tua antes que o mundo
esmague em si próprio a chama em que se ateia.
Quando, como hoje, os crimes forem tantos
que as praias sequem no desdém das ondas,
e o melhor homem for um criminoso
voltando ansioso ao local do crime,
e o sangue nem lhe suje a ansiedade
porque não há mais sangue que ciências loucas,
grita aos ventos da morte que os traíram -
e na terra se ouça que a verdade é falsa
e só eram verdade os que partiram."
4 comentários:
“Diante do perigo, a holotúria se divide em duas:/ deixando uma sua metade ser devorada pelo mundo,/ salvando-se com a outra metade./ Ela se bifurca subitamente em naufrágio e salvação,/ em resgate e promessa, no que foi e no que será...”
Wislawa Szymborska.
hoje aprendi um bocado sobre as holotúrias ou pepinos-de-mar neste poema de Wislawa Szymborska.
estes bicharocos que vivem no fundo do mar só_____________>
"Morrem apenas o estritamente necessário, sem ultrapassar a medida.
e renascem o tanto preciso a partir do resto que se preservou".
as bichas "mutilam" uma parte do seu corpo - para se defenderem - e essa parte volta a crescer...
re_criar_______> como as holotúrias
:)
saudades, miúda
*
Eu agora ando mais no modo ursa polar, a hibernar...*
e não sobes?
hibernas a sul?
Um grande poema... um grande poeta... ausente do poema, por não ter nenhum livro do autor... Beijinho do Pedro (poemapossivel)
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