"meias de seda
pele de marta
uma boá cor de rosa
um smoking
algo muito justo
esmeraldas
um vestido de noite
lantejoulas
só Armani
um tu-tu
lingerie preta transparente
um vestido que não encolhesse com a lavagem
uma mascarilha
um pijama de veludo roxo
angorá
um laço encarnado
arminho e pérolas
um grande chapéu cheio de flores
um chapéu de pele de leopardo
um quimono de seda
sapatos de salto alto
rendas e botas da tropa
plumas roxas e conchas
algodão
um avental
um biquíni
um impermeável."
E as vossas, Elas deste mundo?
terça-feira, 19 de janeiro de 2010
sexta-feira, 15 de janeiro de 2010
"A banhista"
segunda-feira, 11 de janeiro de 2010
LENDO ADÍLIA LOPES
A minha condição, neste momento, é horrível!
A caminho dos trinta e não tenho casa própria (nem sequer vivo sozinha), não tenho carro (nem sequer carta) e trabalho como independente!
Não recebo o que preciso, nem sequer a horas, e ainda dou parte disso à Segurança Social.
Mudei-me da minha cidade para "Onde Judas perdeu as botas" para melhorar a minha condição e este quadro é o que se apresenta!
Quem me dera assentar numa cidade (com C ) pacata, num To com varanda, só para mim, com um trabalho dependente das 9h ás 17h, receber melhor e a horas e comprar um cão.
Mas acho que isso também seria horrível!
A caminho dos trinta e não tenho casa própria (nem sequer vivo sozinha), não tenho carro (nem sequer carta) e trabalho como independente!
Não recebo o que preciso, nem sequer a horas, e ainda dou parte disso à Segurança Social.
Mudei-me da minha cidade para "Onde Judas perdeu as botas" para melhorar a minha condição e este quadro é o que se apresenta!
Quem me dera assentar numa cidade (com C ) pacata, num To com varanda, só para mim, com um trabalho dependente das 9h ás 17h, receber melhor e a horas e comprar um cão.
Mas acho que isso também seria horrível!
segunda-feira, 4 de janeiro de 2010
Adília Lopes, CARAS BARATAS, ANTOLOGIA
"Em 81 disse à Dr.ª Manuela Brazette, psiquiatra, "Eu sou feia". Ela disse-me "Não é ser feia. Não há pessoas feias. Não tem é atractivos sexuais". Lembrei-me então do homem que em 74, tinha eu 14 anos, se cruzou comigo no Arco do Cego. Lembrei-me do homem, da cara do homem vagamente, mas lembrei-me muito bem do que ele me tinha dito ao passar por mim. Tinha-me dito "Lambia-te esse peitinho todo". Lembrei-me também da meia-dúzia de outros homens que durante a minha adolescência me tinha dito quando eu passava "Coisinha boa" e "Borrachinho". Ainda hoje me sinto profundamente agradecida a esses homens. Pensei que estavam a avacalhar, que eram uns porcalhões. Mas quem estava a avacalhar era a Dr.ª Manuela Brazette, ela é que é uma porcalhona. Acho que um homem nunca consegue ser mau para uma mulher como outra mulher."
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