quarta-feira, 16 de abril de 2014

O rapaz perdido, THOMAS WOLFE

"Sabemos agora que não passamos de um átomo sem nome, perdido no vazio, um enigma breve, poeirento e sem eira nem beira, rodopiando num tempo inumerável, e que todos os sonhos, a força, a paixão, a crença da juventude se desmoronam.
E nada mais se sente do que a ausência, ausência e a desolação da América, a solidão e a tristeza dos céus altos e quentes, e do entardecer caindo sobre o Ocidente Médio, atravessando as terras sufocantes, submersas pelo calor, todas as pequenas vilas, as quintas, os campos, o forno sufocante de Ohio, do Kansas, do Iowa e do Indiana, ao fim do dia, e as vozes, casuais na canícula da tarde, vozes nas pequenas estações, calmas, casuais, de algum modo esmorecendo, naquele imenso vazio e exaustão do calor, do espaço e dos imensos entristecidos e altíssimos e horríveis céus.
(...)
Sentimo-nos como alguém se sente quando regressa sabendo que não deveria ter regressado (...)"