domingo, 20 de janeiro de 2013

"Quanto eu disser...", Jorge de Sena



"Quanto eu disser não ouças,
Quanto eu fizer, não vejas;
e, se eu estender as mão,
não me estendas as tuas.

Aceita que eu exista como os sonhos
que ninguém sonha,
as imagens malditas que no espelho
são noite irreflectida.

Talvez que então
da pura solidão
eu desça à vida."