sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

terça-feira, 22 de outubro de 2013

Maria de Magdala

Ela era a pecadora, da qual saíram sete demónios;
Ela era a que, na casa de Simão, o fariseu, lavou os pés d'Ele com as suas lágrimas;
Ela era a irmã de Lázaro, que em Betânia perfumou a cabeça d'Ele;
Ela era a discípula mais dedicada; chamava-lhe Mestre. "Meu Rabuni..."
E os seus olhos brilhavam de comoção!
Ela era a face feminina de Deus, como o foi Ísis e Eurídice!


Por isso Ele amava-a mais do que a todos os Seus discípulos,
E costumava beijá-la na boca.

Os outros, enciumados, não entendiam porquê!
Que teria aquela Mulher para ensinar,
Ela, que nem entendia os livros, que não sabia filosofar!
Que feitiço, que bruxaria teria feito para O prender?

E Ele disse - “Ela guarda em si todas as coisas, mortais e imortais,
Ela encerra o Amor e a Dor de toda a Humanidade,
Ela é o alento no berço da Vida e no leito da Morte,
Eu sou o Pai e Ela é a Mãe.
Dentro dela está o Cálice Sagrado.”

terça-feira, 24 de setembro de 2013

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Almada Negreiros, A Invenção do Dia Claro

«Há palavras que fazem bater mais depressa o coração – todas as palavras – umas mais do que outras, qualquer mais do que todas. Conforme os lugares e as posições das palavras. Segundo o lado de onde se ouvem – do lado do Sol ou do lado onde não dá o Sol. »… «Cada palavra é um pedaço do universo. Um pedaço que faz falta ao universo. Todas as palavras juntas formam o universo.»

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Skap, Zeca Baleiro

"Quando você diz o que ninguém diz
quando você quer o que ninguém quis
quando você ousa lousa pra que eu possa ser giz
quando você arde alardeia sua teia cheia de ardis
quando você faz a minha carne triste quase feliz..."

quarta-feira, 3 de julho de 2013

sexta-feira, 28 de junho de 2013

"Disritmia" Zeca Baleiro

"Eu quero
Me esconder debaixo
Dessa sua saia
Prá fugir do mundo
Pretendo
Também me embrenhar
No emaranhado
Desses seus cabelos
Preciso transfundir
Seu sangue
Pro meu coração
Que é tão vagabundo...


(...)

Eu quero
Ser exorcizado
Pela água benta
Desse olhar infindo
Que bom
É ser fotografado
Mas pelas retinas
Dos seus olhos lindos
Me deixe hipnotizado
Prá acabar de vez
Com essa disritmia..."

sexta-feira, 14 de junho de 2013

quinta-feira, 6 de junho de 2013

A voz Subterrânea, Fiódor Dostoiévski

"(...) Disse-lhes que o homem se vinga porque acredita que a sua vingança é justiça; encontrou, pois, a razão fundamental, que é a justiça, e assim fica em paz; de maneira que se vinga com toda a calma e satisfação, persuadido de realizar um acto honesto e justo. Mas eu não vejo nisso justiça ou virtude, e, por conseguinte, se me vingo, deve ser por pura maldade. (...)"

quinta-feira, 16 de maio de 2013

terça-feira, 14 de maio de 2013

Tenho Campos Tenho Flores, Amália Rodrigues



"Tenho campos tenho flores
Tenho sol e tenho o céu
Tenho o mar e tenho amores
Que mais posso querer eu

Depois do dia vem noite
Depois da noite vem dia
E depois de ter saudades
Vem as saudades que havia

Porquê esta ânsia louca
Que de repente me invade
Que não quer a minha boca
Dizer que é mais que saudade

Será que valho a canseira
Do nosso tempo perdido
Não sei de qualquer maneira
Acho o retracto parecido"

quinta-feira, 25 de abril de 2013


Eva Mãe

Tu eras o princípio e o fim
seguravas nas tuas mãos
a Vida e a Morte
ajudavas na matança dos porcos
ajudavas as mulheres nos partos,
ouvias com a mesma placidez
o último guincho dos bichos
e o primeiro choro dos meninos.
Mexias e remexias a terra,
sem medo, sem nojo
e com as mesmas mãos,
manchadas de sangue e de lama
afagavas as faces dos teus filhos.
Aceitavas o Sagrado
e aceitavas o Profano.
E tomavas da mesma malga
a dor e a alegria,
o amor e o ódio,
o Sol e a chuva!

domingo, 20 de janeiro de 2013

"Quanto eu disser...", Jorge de Sena



"Quanto eu disser não ouças,
Quanto eu fizer, não vejas;
e, se eu estender as mão,
não me estendas as tuas.

Aceita que eu exista como os sonhos
que ninguém sonha,
as imagens malditas que no espelho
são noite irreflectida.

Talvez que então
da pura solidão
eu desça à vida."